quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Plano de Aula! Por que preciso fazer?

"The best teachers are those who think carefully about what they are going to do in their class and who plan how they are going to organise the teaching and learning."(Jeremy Harmer)



A vida do ser humano é feita de planos, fazemos planos para tudo e para todos que vivem próximos a nós. Desde que fomos fecundados alguém já fazia planos em nosso nome, ou seja, como seríamos, se teríamos cabelos castanhos ou não, olhos claros ou escuros e assim por diante.

Ao iniciarmos nossa caminhada na área do conhecimento tivemos pessoas que nos ajudaram a planejar nossas atividades, tarefas e até mesmo os horários das festas que freqëntávamos.Plano é algo primordial em nossa vida e por mais que dissemos que não faremos, mais pegamos-nos fazendo-os.

Todavia, quando o assunto é plano de aula ouvimos vários comentários sobre o mesmo e muitas vezes alguns professores acham que são experientes o suficiente para "perder tempo" planejando algo que sabe todos os passos e regras. Neste artigo faremos uma breve reflexão sobre o plano de aula e porque ele é importante no cotidiano do docente e do discente durante as aulas. A autora Sandra Lee Mckay escreve que através do plano podemos analisar cada momento da aula e ao mesmo tempo é um material fundamental para análise. Essa análise ajuda o professor refletir sobre sua atuação. Muitas vezes o professor planeja a aula pensando em uma determinada turma e ao final percebe que não foi como havia planejado, é neste momento que há a necessidade de fazer uma reflexão de como está sendo ministrado as aulas e rever cada passo, pois o planejamento é flexível e aberto as modificações, e essas decepções que ocorrem com o professor é bom, pois o mesmo passa a questionar os seus procedimentos e suas metodologias adotadas. Quando isot acontece Mckay sugere um questionário de reflexão de plano de aula, como segue o modelo abaixo:


Questionário de reflexão de plano de aula.


1.Como eu indiquei os estágios da lição que acabei de aplicar?


-Fiz pausas?

-Disse algo para introduzir a atividade seguinte?

-Fiz checagem da tarefa anterior?

-Apresentei o novo material?

-Mudei de posição (ex: sentado/ de pé)?

-Movimentei os móveis?


2.Existe uma maneira mais suave que eu poderia ter utilizado na troca de um estágio para o seguinte?

O questionário ajuda o professor a contemplar os problemas ocorridos e diagnosticam assim as dificuldades apresentadas pelos seus alunos, sempre levando em consideração que uma sala é composta por pessoas diferentes, e por isso com dificuldades diferentes.

O plano de aula deve ser dividido em etapas, estágios ou momentos, isto quer dizer que uma aula tem que ter várias atividades e cada uma com seu objetivo específico. Aqui teremos três modelos de plano de aula de Língua Inglesa. O primeiro é uma sugestão feita pelo autor Thomas S. C. Farrell, neste plano de aulo o autor prevê o tempo, matéria a ser ministrada, foco da língua, tópico e objetivos e aproveita para descrever quais os materiais que seráo utilizados em sala, aparentemente não percebemos o que há de diferente neste plano de aula com os que fazemos diaramente, bom uma das suas diferenças é o formato que foi desenhado pelo English Language E Literature Academic Group do National Institute of Education de Cingapura, o plano é montado em colunas e nestas são escrita cada item mencionado anteriormente. Para esse formato não é necessário um caderno para planos, pode ser substituido por folhas ou fichas que o professor pode arquivar em pastas ou fichários. Outro ponto interessante é o tempo que o professor já deixa pré-determinado para iniciar e encerrar uma atividade,(isto não quer dizer por está planejado o tempo o professor não possa estender, pois tudo depende do andamento da turma) com isto a aula não fica cansativa e ao mesmo tempo torna-se mais dinâmica.

O outro modelo é o sugerido por Jeremy Harmer o qual é dividido em três momentos que são o engage(warm up), study e activate. O engage é o aquecimento, ou seja, pode ser uma atividade relacionada ou não ao tópico estudado na aula anterior. O study é o momento que se refere ao estudo da língua(tópico gramatical) e o activate é a etapa de colocar em prática o que estudou anteriormente. Os passos mencionados não precisam seguir a mesma ordem sempre, quem determina cada passo é o professor de acordo com a necessidade de cada turma ou tópico gramatical. Outra proposta interessante é dos autores Holden e Mickey que escrevem sobre planejamento e gerenciamento das aulas. Segundo os autores cada professor possui seu modo próprio de planejar suas aulas, podendo variar desde um plano mais detalhado, anotações com poucas palavras; outros fazem diagramas e setas ou até mesmo uma simples anotação em um pedaço de papel ou na margem do seu livro. O importante é planejar e que este seja útil a você, pois nada adianta um plano perfeito, porém sem utilidade.

Quando o professor deixa de planejar suas aulas, as mesmas caem nas mesmices não motivando o aluno e muito menos atingindo os objetivos que almejam e não conseguem desvincular o ensino do livro didático ou material elaborado pelo mesmo. Por mais que os estudiosos na área, como os lingüistas nos ditam regras e modelos, eles não conhecem os seus alunos como você, por isso somente você pode decidir se determinada atividade é interessante ou não para eles e se o tempo determinado pelo material é o suficiente para desenvolver a atividade proposta.

Segundo Holden e Mickey o professor precisa planejar cada atividade e a mesma tem que ter tempo de duração para executar, assim o professor terá uma aula organizada. Essa organização não pode ocorrer somente com o plano de aula a mesma deve acontecer previamente, ou seja, o professor deve deixar pronto todo o material necessário antes de iniciar sua aula. Durante a realização das atividades se for necessário interromper uma determinada atividade para que possa contemplar os objetivos propostos o professor tem a liberdade de o fazer, pois com já sabemos o plano é flexível.

Nunca devemos esquecer que o ponto central da nossa atenção sempre será o processo de ensino/aprendizagem e que o nosso aluno não será um mero receptor, mas que o mesmo faça parte deste processo e possa construir sua aprendizagem com significado.

E para finalizar é sempre bom lembrar que aprender nunca é demais, pois o mundo está em constante transformação e o que é novo hoje, amanhã não o será, e será necessário olhar com novos olhos e para isto precisamos estar atualizado, precisamos sempre aprender a aprender, e como professores deixar claro isso em para os nossos alunos.


Referências Bibliograficas.

ROBERTSON,Callum and ACKLAM, Richard. Action Plan for teachers, a guide to teaching English. BBC World Service.

FARRELL, Thomas S. C. Planejamento de atividades de leitura para aulas de idiomas. São Paulo: Special Book Service Livraria,2003.

HOLDEN, Susan e MICKEY, Rogers. O ensino da Língua Inglesa. 1ª ed. São Paulo: Special Book Service Livraria, 2001.

MCKAY, Sandra L. O professor reflexivo: Guia para investigação do comportamento em sala de aula. São Paulo: Special Book Service Livraria,2003.

HARMER, Jeremy. How to teach English.

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