Bom, é difícil falar sobre alguns assuntos e nos dias atuais estamos vendo e ouvindo que o ensino de língua estrangeira precisa de alguns ajustes. E para que isto aconteça é necessário que as pessoas inseridas neste processo comecem a fazer algumas modificações na metodologia ou abordagens, porém, para que aconteça de modo certo e coesa é preciso que cada profissional queira mudar, porque de nada adianta os superiores dizerem que precisam mudar a forma de ensinar, sem que os mesmos estejam interessados e dispostos. Bom, sabemos que há muitos profissionais que possuem esta consciência, mas não sabem como começar. É muito simples dizer à alguém que existem muitas literaturas que abordam este assunto, o problema não é encontrar as fontes de informações, mas sim, de como aplicá-las. Para mudar a sua forma de ensinar é preciso mexer com suas crenças, em tudo aquilo que se acredita, de nada vai adiantar ler e frequentar cursos que abordem novas metodologias, e o pensamento moderno se no entanto o modo de ensinar permanece o mesmo. Então, mudar!… Como? Estamos convivendo com pessoas que almejam essas mudanças e estão se dispondo a mudar para que os alunos possam contemplar suas expectativas (neste caso a língua estrangeira), tendo com um único objetivo o processo ensino-aprendizagem.
A mudança provoca no ser humano uma certa insegurança e a sensação de falhar, pois, é muito complicado mudar toda uma forma de pensar que dura anos e que achamos que está surtindo um determinado resultado, recomeçar e de repente achar que não está sendo competente o suficiente, é desesperador. Outro ponto relevante é o sentimento que o profissional irá sentir diante de uma nova situação, o qual poderá expô-los diante de seus colegas, que poderão rotulá-lo de incompetente. Acredito que este é o ponto crucial para trabalhar com os profissionais da área, pois para mudar é necessário que haja a colaboração dos demais colegas de profissão, e através de encontros por áreas específicas para discutirem as experiências e ao mesmo tempo procurarem uma forma de resolver os problemas detectados.
Imaginemos como seria as aulas se os alunos fossem mais participativos, e que os colegas que ensinam língua estrangeira ( inglês) seguissem a mesma linha de pensamento e a mesma abordagem, porém, sabemos que isso atualmente é ilusório e que a luta ainda será cruel e árdua, pois a nossa realidade não condiz com o que precisamos para podermos realizar o que realmente é preciso para ocorrer a mudança que nos cobram.
Inicialmente é preciso que haja uma reforma nas bases das faculdades e universidades que formam profissionais para o mercado de trabalho, que a crença transmitida possa ser repensada, pois ao transmitirem suas crenças o profissional recém formado irá passar essas mesmas crenças para seus futuros educandos. E esses educandos por sua vez irão acreditar em seu transmissor.
Em algumas instituições em nosso país já existem pessoas que vêm lutando, pesquisando e impulsionado essas mudanças e estão fazendo um trabalho de formigueiro ou como diz Almeida Filho ” de cultivar flores no deserto”, pois é duro e árduo e necessita de muita contribuição. Este trabalho está sendo realizado através de cursos de pós- graduações, encontros dos profissionais da área e matérias publicadas em revistas que tem a educação como tema principal.
Para que esse trabalho tenha um resultado mais rápido, é necessário que o professor esteja sempre se reciclando e tendo acesso as informações sobre sua disciplina, pois segundo Almeida Filho(2001) o trabalho do professor não deve ser a esmo e que tudo deve fazer sentido(…), ou seja, não adianta querer mudar da noite para o dia e simplesmente achar que essas mudanças são mais um modismo que está surgindo dentro da educação especificamente dentro do ensino de língua estrangeira. Quando propomos a mudar e trocar de método ou abordagem devemos estudar cada passo que iremos tomar e um ponto crucial é que o método deverá ser flexível, proporcionando abertura ao professor para complementar com aquilo que for necessário para atender a necessidade de sua sala de aula.
Para finalizar, usarei um jargão da neurolingüística que é “se você não faz o que gosta, aprenda a gostar do que faz”, para se realizar profissionalmente e atingir o que almeja é preciso que haja amor acima de tudo.
Comunicação apresentada em Sinop - 11 de Agosto de 2001.
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